DEPOIMENTOS

AINDA FALTA: Depoimentos de Homero, Johnny, Cleto, Lourenço e outros


EMBALO BAR
Chefs e críticos elegeram a Rua Dias Ferreira, no Leblon, como a referência gastronômica da Zona Sul. Com diversos restaurantes, alguns até muito chiques e uma culinária diversificada, a rua atrai muita gente todos os dias. Mas, em meio a tanta novidade, um boteco resiste a tanta sofisticação. Há 28 anos no bairro, Ivan Teixeira, dono do Embalo Bar, aposta na simplicidade do cardápio e no atendimento especial para conquistar a freguesia.
- Garanto que vem gente de longe comer meu bolinho de bacalhau e tomar minha batida de maracujá. O meu diferencial é a amizade e o respeito com que trato todos os clientes. Aqui todo mundo é igual, independentemente do grau de instrução - afirma o comerciante, que já teve como cliente o ex-presidente João Batista Figueiredo. (Tradição fala mais alto in Bairros.com)

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  NOVO RIO LANCHES (BOTECO DO WASHINGTON)
Depoimento de Luiz Correia, publicado em 22/01/2011 no Blog Estação BM

Isto lá é nome que se dá a boteco?
De lanches servem dobradinha, costelinhas, frango frito, peixe frito, carne assada, lombinho e moelas. Lembrei, tem pastel frito! De frutas o que tem é uma batida de maracujá e claro, muita cerveja.
Mas o que tem de bom neste boteco com nome de lanchonete?
Por ser perto e caminho quase que obrigatório para chegar em casa, comecei a fazer uma parada básica para uma gelada depois do trabalho. Com o tempo, e muitas geladas, fui percebendo que algumas pessoas sempre estavam no boteco.
Eu normalmente ficava do lado de fora, apoiado em um tampo de fórmica em cima de 03 engradados de cerveja, e foi aí que em um destes dias entrei em uma conversa com dois freqüentadores assíduos do boteco que colocaram suas garrafas no mesmo tampo de fórmica. Um engenheiro civil e o outro motorista particular (“de madame”).
Pois bem, daí para frente, fui conhecendo todos.
São porteiros de prédio, taxistas, mecânicos, médicos, advogados, professores, bombeiro hidráulico, PMs, aposentados, coçadores de saco, engenheiros, funcionário público, pedreiros, jardineiros, pintores, empresários e por aí vai, tem de tudo um pouco.
Todos conversam sem preconceitos e principalmente com respeito. É muito raro ter algum tipo de confusão, mesmo nos debates mais calorosos sobre política ou futebol.
É esta mistura de pessoas, classes econômicas e culturais diferentes que fazem deste boteco, pelo menos para mim, o lugar mais democrático e eclético que conheci. Fala-se de tudo um pouco e se convive bem com todas as diferenças e opiniões diversas.
Preferências por times de futebol é bastante diviDIdo entre os 4 grandes do Rio, sendo o time do América bem representado por um professor e o mengão pelo jardineiro dos gramados da Gávea, uma figura e com uma risada que se ouve do outro lado da rua.
Normalmente aos domingos sempre há uma degustação de pastas, queijos e torradas levadas por nosso amigo que é representante de vendas, a custo zero, somente a bebida por conta de cada um.
Há também as datas festivas, como aniversários e comemorações diversas que se torna em um motivo para se fazer um bacalhau, assar um pernil ou até mesmo um churrasco na praça em frente ao boteco, isto mesmo na praça. O último churrasco foi para comemorar 30 anos de carreira de um PM.
Aprendi e ainda aprendo muito com estas pessoas, principalmente em aceitar e lidar com nossas diferenças. Saber dos limites de cada um e até onde podemos ir sem ofender ou ser ofendido.
Viva a democracia e as diferenças, principalmente sem preconceitos e com muito respeito!;
É por isso que prefiro tomar uma gelada em um boteco do que ir a um barzinho.


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BAR DO FERREIRA 

Crônica de Juarez Becoza (Rev. Rio Show (5/2/2010)
O ‘sujinho’ mais limpo do Leblon.

Inaugurado em 1974, o estabelecimento passou por uma reforma no fim de 2009. Após a retirada de um forro de gesso, a casa teve o pé-direito ampliado e a fachada renovada. Tábuas atravessadas em quatro das cinco portas servem como balcão para cascos de cerveja. No cardápio, figuram croquete de carne assada, escondidinho de carne-seca, o clássico sanduíche de pernil, entre outras opções.

Desde o início de 2010, o bar está sob o comando de Paulo Ferreira, herdeiro do dono da casa.


Nos anos 80, quando ainda era setorista de polícia num extinto matutino carioca, morei numa quitinete no Leblon. Ficava em frente a um boteco muito popular, daqueles que o morador mesmo quase nunca dava as caras. Era a birosca dos porteiros, das domésticas, dos motoristas. E de um ou outro aventureiro como eu.

Hoje, quase 30 anos depois, recebo a notícia de que o Bar do Ferreira, na esquina da João Lira com a Humberto de Campos, passou por ampla reforma. Fui lá correndo visitar. Por sorte, a mudança não ficou a cargo de nenhuma dessas novas redes gastronômicas (apesar de muitas terem tentado comprar o excelente ponto). Neste caso, foi o próprio Paulinho, filho do seu Ferreira, quem assumiu o negócio, após a aposentadoria do pai.
Pois o Paulinho, caro leitor, transformou o desgastado bar num boteco bacana. Um dos poucos pés-sujos reformados da cidade que não ficaram com cara de banheirão — nem de barzinho paulistóide. O novo Ferreira ficou foi limpo e asseado, mas manteve-se botequim: simples, popular e muito carioca.

Quem navega o balcão é o próprio Paulinho, com a ajuda de um gerente, três garçons e dois cozinheiros. Fazem quitutes interessantes, como o “perdidinho” de camarão e as bolinhas de carne-seca com aipim. Há um bom sanduíche de pernil e o croquete é de carne assada de verdade.

A esquina que o emoldura por si só já faz do salão do Ferreira um lugar agradável. Mas agora, pranchas de madeira inteligentemente atravessadas nas portas fazem da entrada do velho sobrado um verdadeiro balcão ao ar livre. Ideal para fumantes e apreciadores das flores que flanam nas calçadas do Leblon. Aliás, já tinha até esquecido. Valha-me, Nossa Senhora de Fátima...

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3 comentários:

Anônimo disse...

Olá... gostaria de entrar em contato com vocês. Entrem em contato o quanto antes. meu e-mail é cibelle.brito@oglobo.com.br . Obrigada!

Luis Alfredo Moutinho da Costa disse...

Olá Cibelle,

Estou enviando um mail para você.
(LAmoutinho@gmail.com)

Arthur Pastor disse...

Bom dia! Sou cliente e nos melhores dias, como um ovinho mexido que o Chef João faz especialmente para mim (rsrsrs). Café é sagrado, assim que abre eu bebo meu primeiro copo. Dobradinha de terça… eu não preciso dizer nada. O carinho é tão grande que se passo mais de dois dias sem aparecer, dá saudades! Muito bom esse texto sobre o local! Conheci mais ainda sobre esse lugar que frequento diariamente.

Carisma não se fabrica, mas o cachorro quente sim, não comer um, (com duas salsichas) é minha marca registrada e as vezes consigo resistir, outras vezes me rendo ao prazer da simplicidade das coisas feitas como eram “nas antigas”, eu já estou no segundo café quando o Chef João tira do forno, isso mesmo!!! É feito no forno sem um condimento na hora de comer, apenas como é feito e servido, com cebola tomate e pimentão é sem dúvida a melhor maneira… na minha humilde opinião!